O último final de semana é tema para vários posts, porque foram várias as reflexões vindas de uma noite desastrada. Mas como eu estou com trauma de séries de posts, já que não consigo terminar nenhuma (vide "Enecomp" e "Dicotomias do dia-a-dia") não vou prometer nada. Nada além de um post. Que é este. Se outros vierem, maravilha.
Prólogo
Tudo começou com a descoberta de uma rave no dia 15/09. Geralmente eu me infiltro nas comunidades de música eletrônica no Orkut para descobrir os próximos eventos. Mas esta me veio por scrap. Pensei: "Pow, massa. Um sinal de que devo ir". Entro na comunidade e vejo uma promoção de ingressos. Como estou passando por fase um tanto quanto "pindaibal", decidi ir apenas se ganhasse. Dias depois, resultado: ganhei! Penso: "Bom, agora tenho que ir..."
Viabilidade
Em um dia e meio, eu tinha que tornar viável a minha ida, ou seja: tinha que arranjar companhia. Recruto as meninas superpoderosas (Arwen e Sophia) e chamo aqueles que sei que gostam do estilo. No final das contas, entre convites via Orkut e SMS que nunca chegaram ao destino, vamos eu e Arwen. Sem problemas, afinal, tudo o que quero(emos) é dançar. Ponto importante: Wally me conta de um show que a banda dele (
pilgrims) vai fazer na mesma noite e sugere que eu vá primeiro ao show e depois para rave. Como dinheiro é um problema, fico só com a rave, mas guardo a informação para possíveis referências futuras.
Problemas Na noite de sexta, pretendia chegar em casa no máximo 7 e meia. Mas por acidentes de percurso, atrasos de ônibus e engarrafamento, só vim chegar bem depois de 8 (sinal 1). Cansada e com uma sensação íntima de desânimo. Bom, mas por pura teimosia, vamos à luta. Comer, preparar figurino, esperar ônibus. Esperar ônibus. Esperar ônibus. Repita a atividade por aproximadamente 40 minutos (sinal 2). E Arwen já me perguntando se vou mesmo. Mas eu não disse que sou teimosa?
Chegada Entre mortos, feridos e risadas, chegamos no Jaraguá quase 23:00. Vamos ao lugar da festa. Triste notícia: perdi o ingresso que havia comprado para Arwen (sinal 3). Lá vamos nós, lisas e loucas, pagar por outra entrada. Ao chegar na bilheteria, em vez dos malucos habituais, dois adultos com jeito de pais dos organizadores (sinal 4). Gente do lado de fora, quando a festa já estava rolando (sinal 5). Bom, compramos e entramos. O som alto era um bom sinal.Ao entrar no local (muito bom, aliás) não havia nem 10 pessoas. E destas, 2 dançando. Na falta de algo melhor, caímos na risada. Tanto sofrimento pra se esbaldar e agora isso! E outra: como tínhamos pensado em amanhecer dançando não havia qualquer plano de local para dormir. E agora, José?Só para não dizer que ouvi tunts-tunts e não dancei, ainda ensaiamos uns passos. O dj era bom, a música ótima, o ambiente legal. Mas não dá vontade de dançar se não tem ninguém mais dançando. A situação estava ficando insustentável. Decidimos esperar até meia-noite. Se nada mais acontecesse, iríamos para o Fábrica (bendito Wally!).
Saída
Meia-noite. Nada de alteração do cenário. Pernas para que te quero. Na saída, uma moça avisou "se sair não pode voltar" e Arwen, mordaz como nunca, retruca: "não pretendemos mesmo voltar". Não ouvi nada disso.
Chegada 2
Chegamos enfim no Fábrica. Eu estava certa de que o ingresso custava 10 reais. Na verdade, 13. Ainda tentamos uma chorada pra ganhar desconto, já que boa parte do show já tinha passado. Mas nenhuma apelação adiantou. Bom, antes pagar 26 reais em ingressos do que em taxi de volta pra casa...Festa estranha, com gente esquisita, mas estávamos muito legais! :-D Embora o show do Pilgrims já tivesse passado (o que nos deixou decepcionadas), ainda havia mais 3 bandas. Então, no meio de teens e emos, lá vamos nós. E eis que encontramos o salvador da noite: Camilo, um companheiro de viagem no Enecomp! E entre apresentações, papo sobre Harry Potter, faculdade e shorts curtos vestidos por homens, foi passando a noite.Shows legais, galera que merece post à parte e a sensação de aventura rolando: "Uma noite no underground de Maceió"..kkkkkkkkkk...Claro que não era a mesma coisa de se esbaldar numa rave, mas isso não é exatamente um problema...
Saída 2Show curtíssimo do Dance of Days. Pra mim, que não estava vendo muita diferença entre as músicas, eles tocaram apenas umas 6 faixas. Para os entendidos do negócio (Camilo, que fez o favor de nos aterrissar na situação), tocaram umas 12.E eis que tudo termina. São apenas 3 e meia da manhã.Pergunta: o que fazer até o sol nascer?!?!?!??!?!
Indecisão Primeira opção: ir para o Extra. Afinal, para que serve um supermercado 24 horas?!?!?!
Problema: que ônibus pegar para chegar lá? Quanto custaria ir de táxi?
Segunda opção: seguir o Camilo e a turma dele.
Problema: a turma do Camilo não sabia pra onde ir.
Opção escolhida: a 2ª, CLARO!
Enquanto esperamos a decisão, passaporte e coca-cola.
...
Decisão Decisão tomada: cada um da turma do Camilo ia pro seu canto. E agora, José?
Camilo decide ficar e esperar amanhecer (VALEEEEEU, MOÇOO!!!). Daí, nos arranjamos nos degraus da administração do porto de Maceió da maneira que deu. Mazela absoluta e total! Impossível não lembrar de Poços!Não fomos os únicos malucos a ficar. Havia mais umas 8 pessoas. Todos unidos, todos protegidos. E no meio da galera, até reencontramos uma antiga colega de turma nossa...(ê cidade pequena!). Chuvinha fina para completar a noite, motoristas meio altos escalando o gelo baiano e alarme de uma fábrica disparando. Todos felizes! :-D
Horas depois, com o céu já claro, eu agradecia aos céus por tudo estar acabando bem, sem maiores danos. Mas eis que de trás do Fábrica vem 2 garotas correndo que nem loucas. Perguntamos o que era. Alguém disse: "assalto". Aaaaaaaaaahhhhhhhhhhh...LOGO AGORA QUE TUDO TAVA INDO TÃO BEM!?!
Saímos correndo sem saber pra onde ir nem onde se esconder. Foi a primeira vez que me vi numa situação arriscada e não tive uma crise de riso. Acho que é porque eu já tinha rido a noite toda.
Até agora não sei bem o que é que houve. Sei que o susto foi um despertador maravilhoso: não tinha mais vestígio de sono nenhum..rss...
Indo para o ponto, esperar o ônibus por pouco tempo. Depois, me manter acordada até chegar em casa. Chegando, um único pensamento:
"Thanks God!!! I'm at home!!"