quarta-feira, julho 12, 2006

Analisando peças de propaganda

Publicidade é uma área difícil. Eu sei. Ter a obrigação de produzir idéias brilhantes a cada campanha é difícil. Mas já estou cansada de ver comerciais explorando idéias manjadas. Como gosto não se discute, vou expor minha opinião a respeito de algumas peças. Se não concorda, também é livre para se expressar: é só comentar.

A primeira e mais óbvia é a peça da Vivo, que fala da promoção em que, após os 3 minutos iniciais da ligação, os outros 45 são gratuitos. Para quê usar uma mulher explicando ridiculamente uma partida de futebol!? Isto só serve para reforçar a imagem da mulher como absolutamente ignorante quando se trata de bola. Existem alguns exemplares da espécie assim (Raica de Oliveira inclusa), mas com tantas lutando para desfazer esta imagem (seleção de prata da última Olimpíada inclusa) a propaganda presta um ENORME desserviço.

A outra é a da Albany, que fala dos sabonetes específicos para homem e mulher. Tudo bem, vou dar o braço a torcer: não seria tão interessante se fizessem um comercial explicando que a pele masculina é mais oleosa, necessita de uma limpeza mais profunda e requer sabonete próprio. No entanto, o comercial exibido passa pelo mesmo problema daquele da Vivo - reforça preconceitos:

Mulher só come salada, homem come carne.
Mulher não faz atividade física (só lê), homem que malha.
Mulher só quer amor, home que só quer sexo.
E por aí vai.

Tantos e tantas lutando por igualdade e o slogan é "Homens e mulheres são diferentes". E depois, uma pilha de clichês. Ê (falta de) criatividade.
Sobre Albany, ainda me reservo o direito de discordar do slogan da linha: "Para quem quer ser diferentemente lindo". Seria muito mais elegante dizer "Para quem É diferentemente lindo". Desta forma, estaria elogiando o seu cliente e não, obrigando-o a adquirir produtos para "ser diferentemente lindo". Quem é, É. Não precisa ser cliente.

Sem comentários: