quinta-feira, dezembro 06, 2007

alek.setIdade(21);

Em outros tempos, agora eu estaria chegando à maioridade.
Com o novo Código Civil, que já está ficando velho, estou na condição de maior de idade há 3 anos.
Mas chegar a esta idade ainda tenha algo de: "agora estou ficando adulta".

Como é fazer 21?
Bom, sou da teoria, extremamente válida, que não ficamos velhos ou amadurecemos de um dia para outro. Respondendo ao meu pai: "está ficando mais velha hoje, não é?" - "não, pai. Estou ficando mais velha sempre. O dia seis de dezembro é só o ápice".

Com diria Cazuza, "vida louca vida, vida breve...vida imensa..."
Vida que nem sempre te deixa no rumo que você pensou.
Vida que nem sempre te dá a chance de escolher.
Vida que nem sempre é do jeito que você quer.
Mas que também te traz presentes inesperados.
E pessoas com tesouros escondidos.
E força quando você achou que não tinha mais nenhuma.

O que mudei desde a última vez em que reuní amigos e ouvi "Parabéns pra você"? Hmm...um bocado de coisa. Li "Correndo com os Lobos - arquétipos e mitos da mulher selvagem", que agora está na lista dos livros marcantes da minha vida. Recomendo a todos. Com ele aprendi, ou melhor, estou aprendendo, a amar esta vida pulsante que corre pelas minhas veias, meus defeitos, meu corpo, minha natureza. Ganhei, pelo menos, 1 novo amigo. Aprendi, ainda que não totalmente, uma nova linguagem de programação. Mudei de emprego. Expandi meus horizontes com viagens e conversas filosóficas.
Hoje me sinto mais sólida do que há 1 ano atrás. Ainda não sei o que vou fazer definitivamente da vida. Este ano já cogitei ser psicóloga, programadora Java e missionária da ONU. Já quis fazer especialização em Engenharia de Software, graduação de Direito e voltar pra Jornalismo. Decisão? Nenhuma, por enquanto.
Então, você me pergunta: como você pode se sentir sólida se não sabe o que fazer da vida? Respondo: para mim, a questão mais importante é "quem sou eu". Partindo desta resposta, temos o resto. Fiz progressos razoáveis nesta área. Descobrindo o porquê de minhas atitudes, organizando meus conceitos e idéias, ganhando uma capacidade maior de análise das pessoas e das situações.
Percebi, por exemplo, que quando recebo notícias ruins, como foi o caso hoje à noite, não posso seguir simplesmente o conselho de deixar pra lá. Preciso gritar, reclamar, esbravejar, xingar, chorar, fazer o que for preciso. Até me sentir aliviada. Aí é a hora de respirar fundo e pensar em soluções, já com a alma de volta ao prumo.
Parece pouco? Acredite, não é. Saber reconhecer seus ciclos, seus padrões de atitude, seus defeitos, é uma das coisas mais difíceis que um ser humano pode fazer. Faz com que possamos decidir os conselhos que se aplicam a nós e quais não. Se alguém me vir contestando algo, pode simplesmente dizer "ela é 'reclamona', deveria parar com isso e simplesmente arranjar uma solução". E, se eu não me conhecesse, ficaria pensando se realmente não deveria mudar de atitude. Conhecendo-me, sei que este não é o caso.

Enfim, um novo ano começa (segundo alguns, o ano novo começa no aniversário). Desejo minha completa independência (por conseguinte, um trabalho melhor), a definição de um rumo claro na carreira e um amor, por que não? :-D
E vamos em frente, porque daqui pra os fogos do reveillón ainda tem muita água pra rolar.

terça-feira, dezembro 04, 2007

vida de informata

É. Parece que o termo informata existe. Eu ia colocar "computeiro", mas pessoas de fora da área poderiam se ofender (sem razão).
Sem parecer bairrista, a maioria esmagadora dos profissionais de Informática (e aí pode colocar de escovador de bit a analista de negócio) é incomum. No melhor sentido do termo. Lidar conosco (porque aí eu me incluo) é tema pra mais de metro de post, quem sabe livro. Por que?
Ora, porque...porque vivemos numa meritocracia.
Ficamos revoltados quando aqueles que sabem menos são premiados.
Passamos horas olhando para uma tela cheia de palavras numa linguagem esquisita.
Viramos madrugada para conseguir fazer algo que parece óbvio e simples para qualquer mortal.
Passamos horas discutindo qual linguagem de programação/SGBD/framework/... é melhor.
Queimamos neurônio tentando traduzir o desejo do usuário em diagramas cheios de elipses e quadrados e círculos.
Testamos loucas teorias para entender porque os pacotes simplesmente não chegam ao destino.
Não vivemos sem fones de ouvido.
A maioria de nós tem um pouco de morcego nos genes: não gostamos de claridade, trabalhamos melhor à noite e detestamos acordar cedo.
Somos muito sinceros.
Não lidamos muito bem com cobranças.
O desafio nos move.
E a cafeína também, óbvio.


Pode ser que eu mude de área.
Mas tenho a sensação de que os momentos mais inusitados (como festa de aniversário regada a truco e coca-cola) eu consegui aqui.

para descontrair


Para as mulheres de homens norm...comuns, podem inventar com cheiro de dinheiro, cerveja e bola de futebol :-)

pensando sobre sucesso, sonho e estereótipos

Qual o limite entre sonho e estereótipo?
Até onde nossos sonhos são estereótipos plantados em nossa mente a cada dia, pela sociedade?
Até onde o seu desejo por conforto e realização profissional faz parte de sua essência?
Até onde a sua idéia de sucesso vem de imposições da cultura onde você vive?

O que é sucesso?
A pergunta deveria ser "onde devo chegar" em vez de "onde quero chegar"?
Como estar sempre aberto a mudanças?
Como saber se devemos abrir mão de desejos há tempos plantados em nossa mente?
Como ter a certeza de que estamos atendendo a uma fome da alma e não apenas a expectativas externas?

sábado, dezembro 01, 2007

Minhas regras e preceitos são simples

Toda pessoa tem um valor. Com todos se pode aprender algo.
Logo, não posso dizer "finjo que Fulano não existe, sou indiferente". Se o dissesse, estaria admitindo que um grande valor humano, mesmo que ainda oculto, não me faria falta.

O ser humano muda.
Às vezes ele muda a essência para depois mudar as atitudes exteriores.
Outras vezes, ele começa mudando as atitudes exteriores e depois percebe que a essência mudou.

Nosso objetivo é nos tornarmos sempre pessoas melhores.
Estamos aqui em processo de lapidação: eliminando defeitos, adquirindo e reforçando qualidades, aprendendo sempre.

O ser humano é capaz de tudo.
A nossa meta deve ser reduzir este "tudo" a um conjunto de ações construtivas.

O erro não é a única forma de aprendizado.
É mais dolorosa.
Além dela, existem a observação do mundo, a atenção aos nossos próprios pensamentos, a análise de como os fatos levam a novos fatos.
Afinal, nem todos os erros precisam ser cometidos.

Somos capazes de aprender qualquer coisa.
A questão é: você quer dedicar seu tempo e esforço a aprender esta coisa.
Quando a genialidade não resolve, ou não é suficiente, vem o esforço para ajudar.

As pessoas normalmente reagem bem à sinceridade.
Uma pergunta feita com sinceridade obtém resposta autêntica.
Uma pergunta feita com ironia, com intenções (mal)disfarçadas, gera antipatia e desconfiança.

Deve-se detestar ações das pessoas.
Deve-se detestar atitudes das pessoas.
Não as pessoas.
Desta maneira, apesar dos pesares, será possível dizer quase que abertamente aquilo que desagrada, sem ofender aquele que a pratica.
Isto é honestidade, autenticidade.

Observadores incautos chamariam de falsidade o sorriso que se dá àqueles que se critica.
Longe disto.
O sorriso e a cordialidade são uma maneira de lidar com um ser humano que ainda tem muito o que aprender. Como todos nós, aliás.
Como poderíamos aprender com quem nos antipatiza?
Como poderíamos ensinar a quem nos antipatiza?

O aprendizado é infinito.
Porque, afinal, quando achamos que encontramos a verdade, descobrimos que ela está um pouco mais além.

Desconstruindo frases feitas


Pensar enlouquece.
Mas de vez em quando chegamos a alguma conclusão.
Eis a minha última.
Não que seja uma conclusão com cara de ponto final.
Tem mais um jeitão de fim de capítulo

Questionamento do dia: A frase "é errando que se aprende" não seria apenas um consolo para lidarmos melhor com a dor causada pelo nosso erro? Uma maneira de dizermos que isto não poderia ser evitado, quando na verdade, poderia? O erro reforça o nosso conhecimento, faz com que reflitamos. A frase não deveria ser "errando se aprende"? A primeira versão dá a entender que só é possivel aprender através do erro, o que não é verdade. Usá-la desta maneira soa como desculpa para justificar nossa vontade de ir contra algo que talvez já fosse senso comum, ou já estivesse marcado na consciência individual como algo indesejado, inadequado, errado. Tentou-se ir contra. E aí, dizemos "é errando que se aprende", quando na verdade, se tivéssemos pensado um pouco, não teríamos errado. Em vez de dizermos "que droga, poderia ter evitado isto...", dizemos como se as coisas não pudessem ter se sucedido de outra maneira. Isto diminui o arrependimento. Este sim, ensina algo. Mas normalmente tentamos fugir dele, partindo da crença que o erro é inevitável.

Hmm...isto leva a:

crença - o erro é inevitável
frase - "é errando que se aprende"
conseqüência - redução da culpa e abreviação ou completa anulação do processo de arrependimento.

crença - o erro é evitável
frase - "errando se aprende"
conseqüência - percepção de que o erro poderia ter sido evitado, culpa por não tê-lo feito se houve a oportunidade de evitar e não o fez, processo de arrependimento completo (arrependimento é diferente de remorso: um constrói, o outro envenena). Este processo de arrependimento é marcante, ainda que seja curto. Gera novas entradas no conjunto de atitudes e reações do ser, que serão lidas e aplicadas em futuras situações semelhantes.


Logo, não é o erro que ensina. É o arrependimento. Mas por ser um processo doloroso tentamos abreviá-lo afirmando simplesmente que não poderíamos tê-lo evitado. O arrependimento só não deve existir quando nos faltava elementos para tomar a decisão correta, onde este elemento pode ser uma informação, uma pessoa ou uma habilidade que ainda não havíamos adquirido. Mas é preciso obter este elemento faltante para não caírmos no mesmo erro novamente.
Erramos para aprender. Mas apenas errar não faz com que aprendamos. Errar é apenas o início de um processo de aprendizado, abreviado precocemente quando há a crença de que nenhum erro poderia ser evitado.