quinta-feira, abril 27, 2006

Dicotomias do dia-a-dia - "Modo de ser"


Situação/conceito: "Modo de ser"
Dicotomia: calmo X agitado


Da mesma maneira que as pessoas admiram quem está sempre "zen", admiram aquela eletricidade que parece atravessar o corpo de alguns. Então, a situação começa a ficar difícil. Não estou falando de fingir algo que não é, mas de situações em que você realmente quer se adequar ao pensamento de alguém, como por exemplo, no início de um novo emprego. É melhor ser mais light ou ir num ritmo acelerado?
Indo além disto, avaliemos o estilo de vida. Neste ponto também, os meios de comunicação se contradizem a cada momento. Quer ver?

  • programa de 20:00: a gente ouve que é preciso desestressar, relaxar, diminuir o ritmo. "É o seu coração quem pede.". Neste ponto já estamos nós respirando mais devagar, soltando os músculos, planejando como é que vai reduzir a quantidade de trabalho pendente, preparando a caminha...Ótimo.Mas aí...
  • programa de 21:00: aparecem aquelas pessoas que parecem pular de uma balada a outra, ter sempre 1000 planos da cabeça, hiperativas. E elas são novamente fotografadas, entrevistadas e admiradas. E você, que estava começando a ficar feliz com a idéia de uma casinha à beira-mar e 8 horas de sono se sente um alienado sem vida social, parado no tempo. Afinal, são apenas 21:00 e você já estava fechando os olhos! Corre, se arruma, a balada tá aí! Põe uma expressão blasè no rosto e vai à farra. Não pare um minuto! O mundo corre! Você ainda não conhece o set daquele DJ? Tá mal! Não fez um MBA? Tá muito mal! Ainda não é pró-ativo (ou pró-blemático..rss..)? Tá péééssimo!!!!
  • (pra enloquecer de vez)programa das 22:00: uma lista com 231 nutrientes presentes em 125 alimentos que você deve consumir todos os dias. Mas como, se você não tem tempo pra cozinhar? Ah, é a vida: você tem que ter calma. Mas vá rápido, porque a reunião começa em 15 minutos!!!


E agora, José?


Para saber o que são dicotomias e porque isto foi escrito, veja http://parlatorium.blogspot.com/2006/04/dicotomias-do-dia-dia-introduo.html

Dicotomias do dia-a-dia - Introdução

Pra começo desta nova seção, vejamos o que vem a ser dicotomia. Na biologia, é a divisão em duas partes (lembra?). Refinando, pode-se dizer, que dicotomia é repartição de um conceito em dois outros, geralmente contrários e complementares. Por exemplo, o conceito "seres humanos" pode ser repartido nos conceitos "homens" e "mulheres" (by Houaiss). Gosto desta definição porque ela se aplica bem ao que eu estava pensando estes dias...
Sempre gostei de fazer as coisas do modo correto. De uns anos pra cá isso vem se tornando muito complicado. Há sempre duas (ou mais até) maneiras de pensar, de agir. Quando comecei a analisar (já que Parlatorium também analisa) vi que são quase duas filosofias de vida para cada item. E para cada um existem defensores igualmente confiáveis e experientes. Então, qual vem a ser o certo? Pergunta difícil. Na tentativa de tentar esclarecer estes obscuros pontos do comportamento destes primatas e chegar a alguma conclusão, vamos às dicotomias com que a gente lida no dia-a-dia, mas nem percebe.

quarta-feira, abril 26, 2006

Fim da migração

Aaaah....acabou oou ôô! aaaaaaacaaaaaaabou! acabou oou ôô! aaaaaaacaaaaaaabou!
(e eu, não acostumado a ter tudo na mã-ão....lembra da música?..rs....)

Fim da migração de posts. Alguns se salvaram, outros ficarão para sempre esquecidos lá no Msn Spaces. Lá tinha mais facilidade pra publicar textos, mas essa conversa de não poder modificar nada no lay, visitante ter que logar pra deixar comentário e lentidão mortal no editor me cansou! Chega!!! Vamos ao blogspot.

E cá estou eu. Embora não tenha amado o editor de post daqui, pelo menos tenho um pouco mais de liberdade para brincar. E não preciso passar meia hora pra digitar um texto.

Engraçado como é difícil decidir um blog. Não "definir" no sentido de conceituar, mas escolher o título, o endereço, etc, etc, etc...Pensei em colocar um nome bem diferente, inesperado, tipo "AmarulaComSucrilhos" (que é muito bom). Mas e quando eu quisesse falar de coisa séria? Ia ficar muito esquisito. Depois quis nomes pomposos. Desisti. Acabei por deixar "Parlatorium", mesmo. Um pouco sisuso, mas só esse verde-limão do banner já quebra essa seriedade.

Então, mãos ao blog!!!!

Vida de blogueira

  • Pensar no texto. Isto significa ver o que acontece e já ir pensando em como vai descrever isso no próximo post.
  • Postar. Momento de pôr no editor do blog todo o fruto de sua inspiração mediúnica. E tome formatação de fonte, arruma de cá, arruma de lá. Situação piorada quando se está com preguiça de editar CSS ou mania de perfeccionismo.
  • Editar. Afffff....sempre ficou faltando uma letra, ou sobrando, ou a formatação não ficou boa. Haja paciência!!!
  • Divulgar. Depois da obra-prima publicada, é a hora de avisar a todos que mais um filho seu nasceu. Sim, um filho, porque o cuidado que a gente tem, só com filho mesmo...Têm aqueles que não possuem muita ânsia de divulgar, publicam mais pra tirar da mente mesmo: se mais alguém ler, é lucro. E outros tem vocação nata para jornalistas: não escrevem por escrever. Escrevem para serem lidos. Um dia eu chego lá.
  • Pensar no (próximo) texto...

Repetir até o fim da vida de blogueiro. Que pode ser quando você enjoar dessa conversa, ou quando os afazeres da vida real (trabalho, estudos, família...) não permitirem mais. O que é uma pena. Já vi muito blog promissor ser abandonado por pais ocupados demais...

Alguns recentes pensamentos insanos...(*)

- Porque as criaturas que mais adoram falar sentam do meu lado exatamente quando estou a fim de cochilar o caminho inteiro, na volta pra casa?

- Eu nunca vou conseguir ler tudo isso... Quando penso que estou perto da plenitude, vem essa bendita revista mostrar todo o horror da minha ignorância...buáááááá....

- Porque algumas pessoas tem compulsão por zapear??? Não sabem assistir a um programa de cada vez? E porque elas sempre mudam de canal na melhor parte?

- Será que o SBT não consegue nomes mais ridículos para as suas novelas? Quando eu achava que "Café com aroma de mulher" era o que de pior podia existir, me chega "Mariana da Noite". Arreeee!

- Quando será que vão inventar um remédio pra bronquite que não aumente o apetite? Ah, deixa pra lá...esta carne está tão boa...o mousse...e aquele doce está realmente me chamando...

- Nunca havia notado: a jornalista que apresenta o jornal da Record pisca compulsivamente. No mínimo, 1 piscadela por palavra dita.

- Porque o despertador já está tocando??? Eu acabei de pegar no sono!!!

(*)Publicado originalmente em 12/01/2006 em http://spaces.msn.com/members/alekcheephany

Quem avisa, amigo é... (*)

Responda rápido:

- Qual a causa para o aquecimento global?

Ah, espertinho...tá pensando que é por causa do efeito estufa, camada de ozônio e blá, blá, blá, blá, não é? Pois está perfeitamente enganado. Esta conversinha de professora de geografia de 5ª série não me engana mais.
A teoria mais acertada para tal acontecimento é a aproximação de Hercóbulus. Não sabe o que é isso? Pois bem, é um planeta vermelho (não confundir com Marte), que está em rota de colisão com a Terra. É 6 vezes maior que Júpiter. Ele é a causa das mudanças climáticas, catástrofes naturais e também dessa tua unha encravada.
E aí você vem perguntar: se conseguimos enxergar estrelas que estão a milhares de anos-luz do nosso planeta, como é que ainda não notamos a presença de tal planeta? A-ha! Os cientistas já sabem! Mas não espalham a novidade para que você, mero mortal, continue com sua insignificante existência normalmente.
Acha que eu surtei? Nananinanão! Baseei meu pensamento num livro antigo, escrito em 1927, por um homem que achou a luz em sua vida, o índio sul-americano V. M. Rabolu. O choque com a Terra vai acontecer em 2034. É, segundo os cálculos originais seria em 1994, mas como todo ser humano erra, as contas foram refeitas e a nova data para o fim do mundo, marcada. Para que todos fiquem sabendo de tais verdades, este livro custa R$3.50 e é largamente distribuído em bancas de jornais e redutos esotéricos.
Aqui em Maceió, esta novidade chegou recentemente e já é possível notar sua presença através dos cartazes espalhados por todo o centro da cidade. Com uma marca vermelha bem destacada: NÃO-FICÇÃO. Tá vendo como eu falo sério?
Pois bem, entre em comunhão com a consciência cósmica o mais rápido possível. Hercóbulus está chegando.

Mais informações em: http://www.hercolubus.com.br/

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Em tempo: estou com vontade de comprar este livro só pra dar umas gargalhadas. Como é possível que alguém possa ser enganado por tal baboseira? Porque um livro com tal conhecimento científico seria vendido a R$3,50 e nenhuma revista científica, nem as underground, propagaria esta novidade? Qualquer jornalista do mundo daria o braço direito (se fosse destro) ou o esquerdo (se fosse canhoto) pra conseguir tal furo de reportagem. E o pior: se é assim tão grande e perigoso, porque as informações sobre tal planeta só aparecem em fontes esotéricas e não de astronomia? Apenas para não assustar a população mundial? Eu, hein...tem doido pra tudo nesse mundo.

(*)Publicado originalmente em 30/08/2005 em http://spaces.msn.com/members/alekcheephany

Histórias da vida real II (*)

Prólogo

Aconteceu há alguns anos, mas nunca esqueci.Por um milagre do destino, estava eu num ônibus muito confortável e praticamente vazio, num agradável final de tarde(*). A mente já estava sem preocupações e eu já podia apreciar o pôr-do-sol tranqüilamente. Eis que o ônibus pára e sobe uma criança, um menino dos seus 7 ou 8 anos. Para as outras pessoas era apenas mais uma das que pedem esmolas nos coletivos. Para mim, era a criatura com os olhos mais puros e o sorriso mais doce que já vira.


O Encontro

Eis que ele senta do meu lado. E me pede dinheiro. Pergunto, com ar de riso, o que ele vai fazer com as moedas que eu der. "Vou comprar uma bola". Eu não acreditei muito na história, mas ele me prometeu que era isto que faria. De qualquer maneira, ele já havia conquistado mais um bolso. Entreguei-lhe algumas moedas, lembro que dei a metade do dinheiro que ele me disse faltar para comprar a tal bola.


Um pedido inesperado

Até aí, nada de muito especial. O que me fez gravar aquela tarde num quarto especial da memória foi o pedido seguinte:
"Me dá carinho..."
De início, eu não acreditei no que ouvia. E fiz o que sempre faço quando algo me surpreende: tive uma crise de riso. Ele repetiu o pedido. E desta vez não tive como negar: o pedido parecia extremamente sincero. As crianças pedintes não costumam dizer isto! Ninguém costuma dizer isto! Mas ele disse. E eu atendi o pedido. Acariciei o cabelo dele e ficamos conversando por mais alguns minutos.
Enquanto isto, as demais pessoas no ônibus olhavam para nós num misto de espanto, preocupação e divertimento. Algumas, com alma mais dura, me olhavam como se fosse louca: quem já viu tratar um pedinte daquele jeito? Outras, pensavam como iriam me defender no caso daquele "pivete" me assaltar. Confesso que isso até me passou pela cabeça. Mas só no início.
Alguns pontos depois, ele desceu. E eu continuei, ainda sem acreditar no que havia acontecido.


Depois da surpresa, as reflexões

Nesta tarde a lição não foi de igualdade social ou a tristeza da mendicância infantil. Fiquei pensando em como nós, seres humanos, somos feitos de uma matéria tão sensível. E em como nós nos esforçamos para esconder isto. Quantas vezes estamos a ponto de fazer pedidos pedidos semelhantes ao que ouvi aos que estão à nossa volta, mas não temos coragem.Quantas vezes nos impedimos um sorriso ou uma conversa com um desconhecido, porque estamos ocupados demais com nossa própria existência... E quantas tardes agradáveis deixam de se tornar especiais e inesquecíveis por causa disto.

Fim do episódio


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*Conversa com bêbados, senhoras de idade, galera "da pesada". Ônibus, pra mim, são fontes inesgotáveis de histórias. Também pudera, passo no mínimo 2 horas por dia dentro de algum deles. Considerando que quase nunca eles vêm vazios (em média, existem 50 pessoas lá dentro), e eu pego no mínimo 2 por dia, são 100 seres humanos com coisas pra contar. Nenhuma viagem de carro me daria tal diversidade :-)


(*)Publicado originalmente em 11/01/2006 em http://spaces.msn.com/members/alekcheephany

"Delicadeza"...que palavra sensível e frágil, não? (*)

Não confunda delicadeza com voz suave
Não confunda delicadeza com vestidos esvoaçantes e floridos
Não confunda delicadeza com ohos prontos para chorar

O que pode ser mais delicado do que uma rocha?
Seus átomos são tão dispersos quanto os de uma rosa.

A rocha não parece delicada para nós porque não se desmancha ao toque.
Não se desfaz ao sopro.
E o tempo a ela se curva.

Mas quem disse que ela não é delicada?
Aplique-lhe a força no ponto necessário e ela se desmanchará.
E mesmo que não se desmanche, isso não quer dizer que não tenha delicadeza.
Quer dizer apenas que não é a você que ela irá se submeter.
Quem sabe ao próximo...

Se até uma rocha pode ser delicada, porque insistimos em dizer que algumas pessoas não são?

(*)Publicado originalmente em 05/10/2005 em http://spaces.msn.com/members/alekcheephany

Ainda sobre crianças. Não, não estou esperando nenhuma (*)

Histórias da vida real I



Prólogo:

Um dia destes estava voltando para casa mais cedo (milagrosamente). No ônibus, lá pelo meio do caminho, sobe uma criança que vende jujubas. Ao anunciar seu produto, ela mal consegue pronunciar as palavras direito, cortando sílabas e eliminando plurais. Mas já tem a inflexão típica dos vendedores ambulantes. E comove pela simplicidade.
Gosto de jujubas. E confesso que até nutro simpatia por aquele garotinho. Muitos outros tentam passar uma imagem de sofredores ou "maiorais", mas este passa sinceridade. Talvez por isto eu tenha simpatizado com ele.Porém, naquele momento, eu não queria comprar jujubas. E torci para que alguém comprasse no meu lugar.
Duas senhoras, no banco atrás de mim, compraram. Animei-me e minha consciência ficou menos pesada.


A causa da fúria:

Depois do garotinho descer, as senhoras que compraram e outras começaram a fazer comentários.E fui obrigada a ouvir que :"esse garoto é UMA LIÇÃO DE VIDA!", "tantos maloqueiros sem trabalhar e ele já se esforçando", "é bom assim, porque ele já cresce trabalhando e com responsabilidade".

Uma pergunta que não quer calar:

Acho que há muito tempo que não sentia tanta raiva. Nenhuma daquelas pessoas questionou o fato de ser apenas uma criança. De provavelmente ela estar ali forçada. Nem sequer o fato de ela estar fora da escola.E agora que escrevo isto, me vem um questionamento que gostaria de fazer àquelas pessoas: "Já que esta é uma experiência tão boa, porque seu filho não está aqui?". Porque é isto que eu gostaria de saber.

Depois da tempestade, as reflexões:

Sei que o trabalho constrói. Sei que é preciso ganhar responsabilidade e maturidade. Mas aquele garoto tinha apenas oito anos. E embora minha cidade não seja grande, preocupa-me o fato de já tê-lo visto em linhas de ônibus completamente diferentes, no mesmo dia. Penso no que ele faz quando não é vendedor. Penso em sua perspectiva de futuro. Penso em como ele poderia ser ajudado. E preocupa-me o fato de não ver outros pensando sobre isto.
Onde fica a educação daqueles que fizeram comentários tão infelizes sobre o pequeno vendedor? Tiveram lições de matemática, geografia, português, história, mas não construíram uma consciência política. Sabem sentir pena. Sabem admirar um trabalhador-mirim. Mas não pensam se aquilo é correto ou desejável.
E a situação perdura. Acho que muitos de nós ficam insensíveis com o passar do tempo. Deixam de se revoltar com o que está à sua volta. Direcionam suas mentes para as próprias vidas e problemas. Não se permitem sequer meditar sobre um problema. Bloqueiam qualquer reflexão com um "Isso não adianta. Não posso mudar. Deixa como está". E prosseguem com sua existência.
É por isto que, mesmo não podendo mudar, cansei de ficar quieta. Quem sabe eu não inflamo alguém que possa mudar? Quem sabe, um dia, eu não possa mudar?
Na pior das hipóteses, eu deixo de guardar raiva. Dizem que dá ataque cardíaco.

Fim do episódio

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OBS: o título "Histórias da vida real" aplica-se a fatos que viraram temas de posts. Este título é provisório e a autora não sabe se ele possui direitos autorais. Em caso de problemas, antes de processá-la, favor deixar um comentário. Pelo menos para que ela possa arranjar um advogado :-)


(*)Publicado originalmente em 30/08/2005 em http://spaces.msn.com/members/alekcheephany

Sobre tecnologia, estrelas e crianças com frio (*)

"Mantenha os olhos na estrela"


Não, eu não quero dizer que se deve ficar de olho grudado no horóscopo. Ou que você tem que observar o céu porque está para vir um asteróide O que quero dizer é: para fazer algo, o que quer que seja, tem-se que manter os olhos fixos num objetivo que seja maior do que você, maior que sua limitada área de ação.
E eu simplesmente não sei mais onde está a minha estrela. Não consigo conceber a idéia de estudar e me dedicar tendo como estrela o enriquecimento das empresas. A cada vez que vejo seres humanos tranformados em criaturas piores que animais, penso em como a minha vida é de pouca utilidade.
Podem me chamar de sonhadora, idealista. É a história clássica: "Todos querem mudar o mundo, mas ninguém quer ajudar a mãe a lavar a louça". Para começo de história, gosto de lavar louça. E ajudar pessoas que realmente precisam me deixa imensamente feliz.
Sou alguém que gosta de pessoas. Que precisa de desafios intelectuais, que gosta de se sentir inteligente também. Mas que é capaz de ficar horas em profunda tristeza por ver uma criança com uma roupa esfarrapada trabalhando, enquanto adultos em jaquetas jeans tiritam de frio. Fica triste por não ajudar. Por ver passar por seus olhos tantas teorias, princípios e preceitos. Por não ver como estes princípios ajudam pessoas. Pessoas MESMO. Não apenas funcionários e clientes de uma organização. Não a diretoria de uma empresa. Não você mesmo. Mas alguém que precisa de conhecimento e amor mais do que você de dinheiro.
Isto não quer dizer que eu não precise de dinheiro. Pelo contrário. Como preciso. E a área que escolhi realmente tem grande potencial nesse aspecto para os que são bons. Mas como disse no começo, preciso de uma estrela onde fixar os olhos e na qual possa me apoiar quando os problemas vierem. Algum objetivo que faça valer a pena todos as pedras que serão arremessadas em minha direção.
Não que as pessoas que lidem com tecnologia sejam inúteis e que os cientistas pensem apenas em si mesmos. Não que as máquinas não possam trabalhar de forma útil para os humanos. É que apenas isto está tão fora da realidade onde vivo...
Talvez esta seja apenas mais uma crise existencial.
Talvez esta seja a última crise existencial.
Talvez seja uma mudança no rumo da vida.
Um sinal.
Talvez.
Pode ser que eu mude de idéia daqui a algumas horas.
Mas prefiro deixar o pensamento atual registrado.
Para fins de auditoria futura.

(*)Publicado originalmente em 30/08/2005 em http://spaces.msn.com/members/alekcheephany

No frio do ar-condicionado (*)

Onde você está agora?




Não, não estou lhe perguntando se está em pé, ou deitado, estudando, em casa ou no trabalho.
Pergunto em que ponto da vida você está.
E especialmente, se era isto que você imaginava.
É que estive me perguntando para onde vão os sonhos de criança depois que a gente cresce. Se alguém souber a resposta me avisa. Tenho uma teoria: os sonhos não acabam. Eles mudam. Mudam de uma maneira que jamais poderíamos prever e quando nos damos conta, nem sequer nos lembramos de como eles eram no começo.

Eu queria ser coreógrafa, atriz, arqueóloga, empresária.

O que você queria ser quando crescesse?


(*)Publicado originalmente em 04/07/2005, em http://spaces.msn.com/members/alekcheephany