segunda-feira, janeiro 29, 2007

A verdade existe. Mas tem muitas versões.


Dizem que os sagitarianos costumam ter uma crise de identidade na transição da adolescência para a fase adulta.
Bem, se serve de confirmação, eu estou em crise.
(De novo)


No último final de semana fui parar numa realidade completamente diferente, pessoas diferentes, costumes diferentes. Sabe aquilo que você só encara de passagem e não faz questão alguma de descobrir como é de verdade? Pois é, embora eu não fizesse questão, acabei descobrindo.
Descobri que sou um bocado tolerante, mas que algumas coisas realmente não me descem. Descobri que sou absolutamente impaciente com gênios ruins. Descobri que posso ser um bocado cruel se quiser.
Mas a descoberta mais importante, e que me fez desejar ardentemente um papel para escrever (ou melhor, um teclado para digitar) foi a de que a verdade existe. Só que para achá-la é preciso ouvir as várias versões, porque cada um tem sua verdade, ou sua parte da verdade (*).
É o seguinte: escutei uma narrativa (longa, por sinal) de 4 pessoas diferentes. Foi engraçado ver como as versões se completavam e se esclareciam mutuamente. Uma me disse "Não sei porque Fulano fez aquilo". Depois, conversando com o Fulano, descobri o porquê. Tão óbvio, tão simples. Mas tal qual padre, não posso revelar nada do que ouvi. Não posso desfazer mal-entendidos. Não posso desfazer más impressões. Não posso fazer com que os envolvidos finalmente se entendam. É uma pena. Mas guardarei a lição aprendida para usos futuros e espero não esquecê-la. Porque é relativamente fácil esclarecer os conflitos alheios. Os nossos sempre parecem insolúveis.
A descoberta tem preço: a progressiva perda da capacidade de julgar. Explico: a cada vez que ouço pessoas dizendo o porquê de cometerem erros, fazerem "maldades", mais me convenço de que tudo isto é muito relativo. Exceto alguns casos, as pessoas não erram porque querem. São levadas a isto por não terem consciência da real dimensão de seu erro, por não saberem que é um erro. Sabendo disto, para mim fica mais difícil identificar culpados, porque cada um "sabe a alegria e a dor que traz no coração".



*Um dos diálogos cruciais entre meus personagens imaginários:
"- Pensas me enganar. Mas eu sei a verdade.
- Uma parte da verdade é a verdade?
- Sim.
- Não. A parte que tu sabes da verdade mais aquela que sei: isto é a verdade."


sexta-feira, janeiro 19, 2007

Retiro temporário

Neste final de semana, estarei visitando regiões nunca dantes exploradas (pelo menos, não por mim...rsss...). Post, scraps, mails e afins irão esperar até terça-feira. :-)
Poderei ser achada no litoral norte e/ou celular.
Para os que ficam, comentem!
Para os que ficam e são de tecnologia, leiam Web 2.0 é uma revolução?

Abraços!

terça-feira, janeiro 16, 2007

Como enlouquecer um sagitariano


Rezo todo dia pra nunca fazerem isso comigo...
M
ostre a mesa de trabalho dele, num canto voltada para a parede
  • Diga a ele que tem prazo de duas horas para entregar um trabalho. (na verdade, dizer que tem prazo já é um problema. E se esta cobrança vier com cara feia, MUITO PIOR)
  • Quando ele contar uma aventura que passou, diga que é uma coisa normal (isso dá nos nervos...)
  • Se ele começar a filosofar, fale que isso não enche barriga e é melhor ele trabalhar (resposta para isto: "tenho culpa se você tem a mente limitada?")
  • Quando ele convidar você para um programa diga que está com dor de cabeça e não está afim das suas maluquices (maluquices??? eu???)
  • Diga que ele está comendo muito (não quero ouvir isto nem da balança, que dirá de outra pessoa)
  • Se ele comentar sobre um assunto fale para ele se informar e que "está por fora" (aí bateu no ponto fraco: cultura)
  • Não lhe dê férias (ficamos mal-humorados, resmungões, depressivos e estressados.)
  • Diga para ele calar a boca e que fala demais (está correndo sério risco de vida se o fizer...)
  • Diga para ele não jantar porque vai levá-lo a um restaurante. Vá para um restaurante francês que sirva pratos minúsculos (só tem perdão se depois vier um belo rodízio de pizza.)
  • Faça gozação com ele na frente de todo mundo (somos otimistas. Mas extremamente susceptíveis. Das 2 uma: ou a gente te mata ou a gente se mata. Por via das dúvidas não faça.)
  • Concorde com ele e depois diga que só concordou para ele parar de falar (castigo: ouvir mais 4 horas de argumentação)
  • Diga para ele esperar um pouco na recepção.... demore mais de duas horas (somos impacientes. E pode esperar que vai ter troco)
  • Diga que seus projetos são inviáveis e que ele não é criativo (ou seja: "sonhador" e "burro": ofensas mortais...)

    Fonte: Gaia Astral

Escolha nossa de cada dia

Ser ou não ser.
Levantar ou dormir.
Mudar ou não mudar.
Insistir ou desistir.
Continuar ou jogar para o ar.
Ouvir ou ignorar.
Sair ou não sair.
Comer ou não comer.
Se importar ou dar de ombros.
Abstrair ou detalhar.

Bons motivos para escolher qualquer uma delas.
O seu ser é consequência de suas escolhas.
Sou realmente responsável por minhas escolhas?

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Tarcísio Gonçalves Pereira

Há 7 dias morreu uma das pessoas que mais tiveram peso na minha (ainda precária) formação espiritual.
Essa pessoa era o Tarcísio.
Sabe aquela criatura que consegue arrancar risadas mesmo do ouvinte mais rabugento? Aquela que consegue fazer a Palavra ser entendida mesmo por quem não dá a mínima? Era ele. Nem meu pai, contestador de muitas coisas em matéria de religião, resistia ao encanto.
O segredo? Bom-humor.
Mineiro, da cidade de Delfim Moreira, tinha piadas e "causos" pra contar a toda hora. Era profundo conhecedor da Bíblia. E como tal, tinha a segurança de dizer coisas como:

  • "A maior desgraça que a vinda de Jesus trouxe para o humanidade foi tirar o direito da gente dizer que a culpa do que dá errado é de Deus. Ah, e como é difícil não ter a quem culpar";
  • "Imaginem se José e Maria brigassem: 'Sua irresponsável, não consegue tomar conta do Filho de Deus?' e Maria: 'Ah é, mas pelo menos eu sou mãe de verdade dele.' Olha que coisa, gente! E se Jesus foi criado numa família pacífica, seus filhos também devem ser";
  • "Por que Pedro negou Jesus 3 vezes? É mágoa por Jesus ter curado a sogra dele".
Depois da gargalhada sempre vinha a lição. E assim, de risada em risada, a gente ia aprendendo a ser um filho de Deus melhor.
Durante todo o ano de 2006, confesso que o vi pouco. Ele também estava mais recolhido, lutando para vencer um câncer devastador. A última vez em que o vi foi no início de dezembro, quando ele apareceu para dizer "Buscai as coisas do alto". Para dizer que o câncer tira tudo de uma pessoa (e ele que "já não tinha muita coisa, ficou sem nada") mas a fé, não: esta nunca lhe será tirada e por isso Jesus aprovou a atitude de Maria, irmã de Lázar e Marta, quando ela preferiu ficar aos seus pés em vez de ir ajudar a irmã nos afazeres domésticos.

Agora, fica a saudade.
E o trabalho maravilhoso dele: a comunidade Bethania, que acolhe dependentes químicos e portadores de HIV. Meu objetivo para este ano é conhecer este lugar, passar um tempo e experimentar este contato com pessoas que precisam de apoio.
Bom...é isto.
Queria ter podido escrever no dia da morte dele, mas estava de cama.
Então escrevo agora.


O Tarcísio é mais conhecido como Pe. Léo, scj.
Para ouvir sua última pregação.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Feliz Ano Novo!

Post atrasado, você vai dizer.
Ué? Mas em 10 dias 2007 já ficou velho? Só passou 2,7% do ano.
Então isso quer dizer que você, cuja expectativa de vida é de 75 anos, se tem mais que 2 já está velho.

Viu como a gente esquece rápido as coisas que deseja e promete?

Quem ouviu "Que neste ano todos os seus desejos se realizem" está trabalhando pra que os sonhos se tornem realidade? Ou será que ainda nem definiu que sonhos concretizar?
Quem disse "Este ano vai ser diferente" já fez algo de diferente, revolucionário, inovador?
Quem ouviu "Que Deus te abençoe e te ilumine neste novo ano" já parou pra ouvi-Lo?
Quem disse "2007 vai ser de paz e prosperidade" está buscando a paz de espírito e a prosperidade de bençãos?


Não?
Calma, não precisa desesperar:
ainda tem 97,3% do ano pra mudar tudo isso.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Nerds e Loucura. Nada a ver.


Ano novo, estamos tentando uma vida nova.
Mas o primeiro post de 2007 fala de uma queixa antiga.
Desabafo de uma ex-cdf que já escutou muita abobrinha por aí


Se eu gostasse de dançar forró, não haveria problema.
Se eu adorasse comentar as novelas da Globo, não haveria problema.
Se eu ignorasse toda a conjuntura político-social-econômica do mundo não haveria problema.

Mas como sou viciada em livros, estudos, aprendizado, aí temos um problema.
O que não falta é gente para te dizer "você vai enlouquecer, conheço não-sei-quem que ficou louco assim", "você não aproveita a vida", "pra quê tanta leitura, não muda nada". Em primeiro lugar, ninguém enloquece por ler. Pode enlouquecer por falta de leitura, tamanha a carga de preconceitos e idéias caducas que vai carregar. Em segundo lugar, o que é "aproveitar a vida"? Sair com amigos, namorar, badalar? A leitura não impede isto. Quem gosta de ler e não faz isto é porque realmente não quer. Em terceiro lugar, se os livros mudarem a minha cabeça, já está de bom tamanho.

...

[Que post agressivo.
Não era esse o tom que eu queria.
Meu objetivo era só falar desse preconceito que a gente sofre de vez em quando.
Mas sem revolta.
Afinal, cada louco com suas manias.
A minha é aprender.
E a tua? ]

Se quiser um texto ainda mais revoltado e radical sobre o tema, leia Pacto pela inteligência