quinta-feira, dezembro 06, 2007
alek.setIdade(21);
Com o novo Código Civil, que já está ficando velho, estou na condição de maior de idade há 3 anos.
Mas chegar a esta idade ainda tenha algo de: "agora estou ficando adulta".
Como é fazer 21?
Bom, sou da teoria, extremamente válida, que não ficamos velhos ou amadurecemos de um dia para outro. Respondendo ao meu pai: "está ficando mais velha hoje, não é?" - "não, pai. Estou ficando mais velha sempre. O dia seis de dezembro é só o ápice".
Com diria Cazuza, "vida louca vida, vida breve...vida imensa..."
Vida que nem sempre te deixa no rumo que você pensou.
Vida que nem sempre te dá a chance de escolher.
Vida que nem sempre é do jeito que você quer.
Mas que também te traz presentes inesperados.
E pessoas com tesouros escondidos.
E força quando você achou que não tinha mais nenhuma.
O que mudei desde a última vez em que reuní amigos e ouvi "Parabéns pra você"? Hmm...um bocado de coisa. Li "Correndo com os Lobos - arquétipos e mitos da mulher selvagem", que agora está na lista dos livros marcantes da minha vida. Recomendo a todos. Com ele aprendi, ou melhor, estou aprendendo, a amar esta vida pulsante que corre pelas minhas veias, meus defeitos, meu corpo, minha natureza. Ganhei, pelo menos, 1 novo amigo. Aprendi, ainda que não totalmente, uma nova linguagem de programação. Mudei de emprego. Expandi meus horizontes com viagens e conversas filosóficas.
Hoje me sinto mais sólida do que há 1 ano atrás. Ainda não sei o que vou fazer definitivamente da vida. Este ano já cogitei ser psicóloga, programadora Java e missionária da ONU. Já quis fazer especialização em Engenharia de Software, graduação de Direito e voltar pra Jornalismo. Decisão? Nenhuma, por enquanto.
Então, você me pergunta: como você pode se sentir sólida se não sabe o que fazer da vida? Respondo: para mim, a questão mais importante é "quem sou eu". Partindo desta resposta, temos o resto. Fiz progressos razoáveis nesta área. Descobrindo o porquê de minhas atitudes, organizando meus conceitos e idéias, ganhando uma capacidade maior de análise das pessoas e das situações.
Percebi, por exemplo, que quando recebo notícias ruins, como foi o caso hoje à noite, não posso seguir simplesmente o conselho de deixar pra lá. Preciso gritar, reclamar, esbravejar, xingar, chorar, fazer o que for preciso. Até me sentir aliviada. Aí é a hora de respirar fundo e pensar em soluções, já com a alma de volta ao prumo.
Parece pouco? Acredite, não é. Saber reconhecer seus ciclos, seus padrões de atitude, seus defeitos, é uma das coisas mais difíceis que um ser humano pode fazer. Faz com que possamos decidir os conselhos que se aplicam a nós e quais não. Se alguém me vir contestando algo, pode simplesmente dizer "ela é 'reclamona', deveria parar com isso e simplesmente arranjar uma solução". E, se eu não me conhecesse, ficaria pensando se realmente não deveria mudar de atitude. Conhecendo-me, sei que este não é o caso.
Enfim, um novo ano começa (segundo alguns, o ano novo começa no aniversário). Desejo minha completa independência (por conseguinte, um trabalho melhor), a definição de um rumo claro na carreira e um amor, por que não? :-D
E vamos em frente, porque daqui pra os fogos do reveillón ainda tem muita água pra rolar.
terça-feira, dezembro 04, 2007
vida de informata
Sem parecer bairrista, a maioria esmagadora dos profissionais de Informática (e aí pode colocar de escovador de bit a analista de negócio) é incomum. No melhor sentido do termo. Lidar conosco (porque aí eu me incluo) é tema pra mais de metro de post, quem sabe livro. Por que?
Ora, porque...porque vivemos numa meritocracia.
Ficamos revoltados quando aqueles que sabem menos são premiados.
Passamos horas olhando para uma tela cheia de palavras numa linguagem esquisita.
Viramos madrugada para conseguir fazer algo que parece óbvio e simples para qualquer mortal.
Passamos horas discutindo qual linguagem de programação/SGBD/framework/... é melhor.
Queimamos neurônio tentando traduzir o desejo do usuário em diagramas cheios de elipses e quadrados e círculos.
Testamos loucas teorias para entender porque os pacotes simplesmente não chegam ao destino.
Não vivemos sem fones de ouvido.
A maioria de nós tem um pouco de morcego nos genes: não gostamos de claridade, trabalhamos melhor à noite e detestamos acordar cedo.
Somos muito sinceros.
Não lidamos muito bem com cobranças.
O desafio nos move.
E a cafeína também, óbvio.
Pode ser que eu mude de área.
Mas tenho a sensação de que os momentos mais inusitados (como festa de aniversário regada a truco e coca-cola) eu consegui aqui.
para descontrair
pensando sobre sucesso, sonho e estereótipos
Até onde nossos sonhos são estereótipos plantados em nossa mente a cada dia, pela sociedade?
Até onde o seu desejo por conforto e realização profissional faz parte de sua essência?
Até onde a sua idéia de sucesso vem de imposições da cultura onde você vive?
O que é sucesso?
A pergunta deveria ser "onde devo chegar" em vez de "onde quero chegar"?
Como estar sempre aberto a mudanças?
Como saber se devemos abrir mão de desejos há tempos plantados em nossa mente?
Como ter a certeza de que estamos atendendo a uma fome da alma e não apenas a expectativas externas?
sábado, dezembro 01, 2007
Minhas regras e preceitos são simples
Logo, não posso dizer "finjo que Fulano não existe, sou indiferente". Se o dissesse, estaria admitindo que um grande valor humano, mesmo que ainda oculto, não me faria falta.
O ser humano muda.
Às vezes ele muda a essência para depois mudar as atitudes exteriores.
Outras vezes, ele começa mudando as atitudes exteriores e depois percebe que a essência mudou.
Nosso objetivo é nos tornarmos sempre pessoas melhores.
Estamos aqui em processo de lapidação: eliminando defeitos, adquirindo e reforçando qualidades, aprendendo sempre.
O ser humano é capaz de tudo.
A nossa meta deve ser reduzir este "tudo" a um conjunto de ações construtivas.
O erro não é a única forma de aprendizado.
É mais dolorosa.
Além dela, existem a observação do mundo, a atenção aos nossos próprios pensamentos, a análise de como os fatos levam a novos fatos.
Afinal, nem todos os erros precisam ser cometidos.
Somos capazes de aprender qualquer coisa.
A questão é: você quer dedicar seu tempo e esforço a aprender esta coisa.
Quando a genialidade não resolve, ou não é suficiente, vem o esforço para ajudar.
As pessoas normalmente reagem bem à sinceridade.
Uma pergunta feita com sinceridade obtém resposta autêntica.
Uma pergunta feita com ironia, com intenções (mal)disfarçadas, gera antipatia e desconfiança.
Deve-se detestar ações das pessoas.
Deve-se detestar atitudes das pessoas.
Não as pessoas.
Desta maneira, apesar dos pesares, será possível dizer quase que abertamente aquilo que desagrada, sem ofender aquele que a pratica.
Isto é honestidade, autenticidade.
Observadores incautos chamariam de falsidade o sorriso que se dá àqueles que se critica.
Longe disto.
O sorriso e a cordialidade são uma maneira de lidar com um ser humano que ainda tem muito o que aprender. Como todos nós, aliás.
Como poderíamos aprender com quem nos antipatiza?
Como poderíamos ensinar a quem nos antipatiza?
O aprendizado é infinito.
Porque, afinal, quando achamos que encontramos a verdade, descobrimos que ela está um pouco mais além.
Desconstruindo frases feitas
Pensar enlouquece.
Mas de vez em quando chegamos a alguma conclusão.
Eis a minha última.
Não que seja uma conclusão com cara de ponto final.
Tem mais um jeitão de fim de capítulo
Questionamento do dia: A frase "é errando que se aprende" não seria apenas um consolo para lidarmos melhor com a dor causada pelo nosso erro? Uma maneira de dizermos que isto não poderia ser evitado, quando na verdade, poderia? O erro reforça o nosso conhecimento, faz com que reflitamos. A frase não deveria ser "errando se aprende"? A primeira versão dá a entender que só é possivel aprender através do erro, o que não é verdade. Usá-la desta maneira soa como desculpa para justificar nossa vontade de ir contra algo que talvez já fosse senso comum, ou já estivesse marcado na consciência individual como algo indesejado, inadequado, errado. Tentou-se ir contra. E aí, dizemos "é errando que se aprende", quando na verdade, se tivéssemos pensado um pouco, não teríamos errado. Em vez de dizermos "que droga, poderia ter evitado isto...", dizemos como se as coisas não pudessem ter se sucedido de outra maneira. Isto diminui o arrependimento. Este sim, ensina algo. Mas normalmente tentamos fugir dele, partindo da crença que o erro é inevitável.
Hmm...isto leva a:
crença - o erro é inevitável
frase - "é errando que se aprende"
conseqüência - redução da culpa e abreviação ou completa anulação do processo de arrependimento.
crença - o erro é evitável
frase - "errando se aprende"
conseqüência - percepção de que o erro poderia ter sido evitado, culpa por não tê-lo feito se houve a oportunidade de evitar e não o fez, processo de arrependimento completo (arrependimento é diferente de remorso: um constrói, o outro envenena). Este processo de arrependimento é marcante, ainda que seja curto. Gera novas entradas no conjunto de atitudes e reações do ser, que serão lidas e aplicadas em futuras situações semelhantes.
Logo, não é o erro que ensina. É o arrependimento. Mas por ser um processo doloroso tentamos abreviá-lo afirmando simplesmente que não poderíamos tê-lo evitado. O arrependimento só não deve existir quando nos faltava elementos para tomar a decisão correta, onde este elemento pode ser uma informação, uma pessoa ou uma habilidade que ainda não havíamos adquirido. Mas é preciso obter este elemento faltante para não caírmos no mesmo erro novamente.
Erramos para aprender. Mas apenas errar não faz com que aprendamos. Errar é apenas o início de um processo de aprendizado, abreviado precocemente quando há a crença de que nenhum erro poderia ser evitado.
terça-feira, outubro 30, 2007
florbela espanca
Quero demais, exijo demais,
Há em mim uma sede de infinito,
Uma angústia constante que nem eu mesma compreendo,
Pois estou longe de ser uma pessimista;
Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... Sei lá de quê!"
Desabafo da poetisa portuguesa Florbela Espanca.
Meu também.
E pode ser o seu.
domingo, outubro 28, 2007
post musical
Música faz parte de mim.
Se feliz ou em crise, não importa: ela está sempre presente.
Abaixo, um texto construído com versos das canções que me acompanham de uns tempos pra cá. Juntas, elas esboçam um quebra-cabeça sobre de onde vim, e para onde talvez eu vá.
Tem de tudo: Vienna Teng, Loreena McKennit, Capital Inicial. Até Sandy & Junior.
O autor pouco importa.
O que fica é a mensagem.
Você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui.
Às vezes me olho no espelho e já nem sei mais quem sou. Havia, e ainda há, um medo e a timidez. Todo um lado que poucos viram e vêem.
Tive que abrir os olhos.
O difícil é que não consigo mais fechar e assim, assisto em silêncio até aquilo que eu não quero enxergar.
Ainda vejo o mundo com os olhos de criança, que só quer brincar e não tanta responsabilidade. E aí me forço a lembrar que é preciso muita força para sonhar e perceber que, apesar do que parece, a estrada vai além do que se vê.
Houve momentos em que todos os meus livros ficaram esquecidos, inúteis, porque só me mostravam como perder meu caminho.
Quis que alguém me dissesse "não vai ser sempre assim tão difícil".
Pensei: "Eu não posso mais ficar entre eles. Poderia passar toda a minha vida aqui, mas nunca estaria satisfeita."
Às vezes a solidão foi tão grande que me senti incompleta e repetia para o desconhecido: "não sou nada sem você. E para completar, não sei quem você é". Depois, decidi: a noite é minha companhia e a solidão, minha guia.
Cada manhã é mais um pedaço do meu caminho. Meu destino não é de ninguém e eu não deixo meus passos no chão. Sempre em frente, sempre tentando encontrar um mundo honesto, encontrar a verdade escravizada.
Muitas vezes sonhei acordada com um jeito de não sentir dor, prendi o choro. Hoje tento compreender e aceitar que a vida é uma sinfonia doce e amarga, que sou milhares de pessoas de um dia para o outro. E o melhor: que posso mudar.
Convenci-me que seria mais fácil fugir, substituindo essa dor por algo errado. Convenci-me de que seria mais fácil correr para longe do que encarar toda essa dor aqui, sozinha...lembrando da escuridão do meu passado, lembrando memórias que eu queria jamais contar.
Vou amando, me frustrando e sobrevivendo por um fio.
Mas estou aqui.
Sem desistir.
a volta daquela que tinha dado um tempo
Sem escrever aqui, que se deixe claro.
Porque fora daqui, têm sido longos os textos.
Criados entre lágrimas e sorrisos. Jamais mostrados para alguém.
Conversas entre mim e eu mesma.
Fruto da eterna busca por respostas e alguma certeza.
A palavra que resume todo este intervalo de tempo é crise.
Crise que precede as mudanças.
Crise que acompanha as mudanças.
Crise que fica depois que as mudanças acontecem.
O que está mudando?
Eu.
O mundo.
Tudo.
Se já cheguei a algum resultado?
Digamos que sim.
Mas não são conclusivos.
(Haverá conclusão algum dia?)
Se eu poderia evitar tudo isto?
Digamos que sim.
Mas não quero.
Porque se o fizer continuarei resumida.
Confinada entre as quatro paredes que as circunstâncias construíram para mim.
Se está perto do fim?
Digamos que não.
Às vezes creio que o término nunca chegará.
Se estou feliz?
Hum...o que é estar feliz?
Se sou feliz?
Sim.
Felicidade que nem sempre se expressa através de sorrisos.
Mas que nunca vai completamente embora.
Ainda bem.
quinta-feira, março 22, 2007
Freak on a leash
Um retrocesso
Foi como voltar à 6º série, 1º ano, alguns momentos do 3º.
Vejo o quanto minha estabilidade é superficial.
Quase um verniz.
Continuo a mesma.
Dizem que o oposto do amor não é o ódio: é a indiferença.
Eu concordo.
E o fato foi tão pequeno.
Tão pequeno se comparado a tanto que aconteceu e que teria piores conseqüências.
Mas dizem que os piores venenos estão nos menores frascos.
As maiores dores estão nos menores fatos.
E doeu.
A ignorância é uma benção.
Saber que machucamos as pessoas todos os dias, de maneira profunda, sem que sequer notemos é ganhar uma carga de responsabilidade imensa.
É ter que prestar atenção em cada ser humano como se cada um deles fosse um universo incrivelmente delicado.
Mas não é isso que somos?
Ossos e carne.
E sentimentos frágeis.
nos deixa auto-suficientes,
nos deixa auto-centrados.
Esquecemos de quem está do lado,
esquecemos de ver quem precisa de ajuda,
esquecemos que sempre que houver alguém sorrindo, haverá alguém querendo chorar.
O mundo fica cor-de-rosa.
Parece que nessa hora a felicidade é obrigação de todos.
E quem não está cumprindo, é irresponsável e simplesmente não merece ajuda.
Lição que vi.
Lição que muitas vezes não cumpri.
Lição que não mais quero esquecer.
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Resumo dos últimos dias
Questionamentos sobre destino, desígnios de Deus, injustiças...
Olhos ardendo e lacrimejando: óculos perdidos.
Aniversário da Bibi, cujo post de aniversário, o Blogger me impediu de publicar.
Já li sobre competição e globalização.
Pesquisei sobre mapas astrais.
Revoltei-me enquanto lia Novae.
Agora investigando a carreira de coaching: a promessa é boa, mas gostaria de informações menos propagandísticas.
Espirrando loucamente: maldita mudança climática brusca.
Ouvindo músicas melosas: "Have you ever really loved a woman", "Anytime", "Love by grace".
Há uma profusão de pensamentos e planos borbulhando.
Quando algum deles ganhar consistência, divulgo.
É que eu li em algum canto, nas minhas andanças virtuais, que compartilhar planos não é bom: divide a imaginação ao meio e a imaginação é muito importante e poderosa para realização de desejos.
Se é assim, sou quase a Mulher-maravilha: ô cabecinha prodigiosa...
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
É pique, é pique, RÁ-TIM-BUM!
Hoje a festa é familiar. Dia em que a seguinte criatura fica um pouquinho mais velha:
- Gustavo: nascido Luis Gustavo, hoje já quase não se sabe do Luis. Caçula. Como tal, chato, pegajoso, pentelho. Fala pelos cotovelos. Está se achando o máximo desde que começou Eletrotécnica. Sai resmungando coisas como "o eletroduto pode ser reaproveitado", "o metro é décima milionésima parte de sei-lá-o-quê". Seus métodos de irritar consistem em abraçar alguém quando este alguém está furioso, cantar "doméstica" (tayrone, o cigano - argh!!!!), dizer "sabia que eu te amo" depois de ter levado um sermão. Palhaço. Gosta de rock. Torce pelo Vasco. Adora uma combinação estranha: café, açúcar, adoçante, leite (normal), leite (em pó). E ainda dizem que se parece comigo. Eu, hein?!
terça-feira, fevereiro 06, 2007
Sinais? Ou "viagens"?
Eu, ao chegar, recebo cobrança por algo que eu não teria a mínima condição de fazer.
Isto é um sinal?
Am I in the right way?
segunda-feira, janeiro 29, 2007
A verdade existe. Mas tem muitas versões.
Dizem que os sagitarianos costumam ter uma crise de identidade na transição da adolescência para a fase adulta.
Bem, se serve de confirmação, eu estou em crise.
(De novo)
No último final de semana fui parar numa realidade completamente diferente, pessoas diferentes, costumes diferentes. Sabe aquilo que você só encara de passagem e não faz questão alguma de descobrir como é de verdade? Pois é, embora eu não fizesse questão, acabei descobrindo.
Descobri que sou um bocado tolerante, mas que algumas coisas realmente não me descem. Descobri que sou absolutamente impaciente com gênios ruins. Descobri que posso ser um bocado cruel se quiser.
Mas a descoberta mais importante, e que me fez desejar ardentemente um papel para escrever (ou melhor, um teclado para digitar) foi a de que a verdade existe. Só que para achá-la é preciso ouvir as várias versões, porque cada um tem sua verdade, ou sua parte da verdade (*).
É o seguinte: escutei uma narrativa (longa, por sinal) de 4 pessoas diferentes. Foi engraçado ver como as versões se completavam e se esclareciam mutuamente. Uma me disse "Não sei porque Fulano fez aquilo". Depois, conversando com o Fulano, descobri o porquê. Tão óbvio, tão simples. Mas tal qual padre, não posso revelar nada do que ouvi. Não posso desfazer mal-entendidos. Não posso desfazer más impressões. Não posso fazer com que os envolvidos finalmente se entendam. É uma pena. Mas guardarei a lição aprendida para usos futuros e espero não esquecê-la. Porque é relativamente fácil esclarecer os conflitos alheios. Os nossos sempre parecem insolúveis.
A descoberta tem preço: a progressiva perda da capacidade de julgar. Explico: a cada vez que ouço pessoas dizendo o porquê de cometerem erros, fazerem "maldades", mais me convenço de que tudo isto é muito relativo. Exceto alguns casos, as pessoas não erram porque querem. São levadas a isto por não terem consciência da real dimensão de seu erro, por não saberem que é um erro. Sabendo disto, para mim fica mais difícil identificar culpados, porque cada um "sabe a alegria e a dor que traz no coração".
*Um dos diálogos cruciais entre meus personagens imaginários:
"- Pensas me enganar. Mas eu sei a verdade.
- Uma parte da verdade é a verdade?
- Sim.
- Não. A parte que tu sabes da verdade mais aquela que sei: isto é a verdade."
sexta-feira, janeiro 19, 2007
Retiro temporário
Poderei ser achada no litoral norte e/ou celular.
Para os que ficam, comentem!
Para os que ficam e são de tecnologia, leiam Web 2.0 é uma revolução?
Abraços!
terça-feira, janeiro 16, 2007
Como enlouquecer um sagitariano
Rezo todo dia pra nunca fazerem isso comigo...
Mostre a mesa de trabalho dele, num canto voltada para a parede
- Diga a ele que tem prazo de duas horas para entregar um trabalho. (na verdade, dizer que tem prazo já é um problema. E se esta cobrança vier com cara feia, MUITO PIOR)
- Quando ele contar uma aventura que passou, diga que é uma coisa normal (isso dá nos nervos...)
- Se ele começar a filosofar, fale que isso não enche barriga e é melhor ele trabalhar (resposta para isto: "tenho culpa se você tem a mente limitada?")
- Quando ele convidar você para um programa diga que está com dor de cabeça e não está afim das suas maluquices (maluquices??? eu???)
- Diga que ele está comendo muito (não quero ouvir isto nem da balança, que dirá de outra pessoa)
- Se ele comentar sobre um assunto fale para ele se informar e que "está por fora" (aí bateu no ponto fraco: cultura)
- Não lhe dê férias (ficamos mal-humorados, resmungões, depressivos e estressados.)
- Diga para ele calar a boca e que fala demais (está correndo sério risco de vida se o fizer...)
- Diga para ele não jantar porque vai levá-lo a um restaurante. Vá para um restaurante francês que sirva pratos minúsculos (só tem perdão se depois vier um belo rodízio de pizza.)
- Faça gozação com ele na frente de todo mundo (somos otimistas. Mas extremamente susceptíveis. Das 2 uma: ou a gente te mata ou a gente se mata. Por via das dúvidas não faça.)
- Concorde com ele e depois diga que só concordou para ele parar de falar (castigo: ouvir mais 4 horas de argumentação)
- Diga para ele esperar um pouco na recepção.... demore mais de duas horas (somos impacientes. E pode esperar que vai ter troco)
- Diga que seus projetos são inviáveis e que ele não é criativo (ou seja: "sonhador" e "burro": ofensas mortais...)
Fonte: Gaia Astral
Escolha nossa de cada dia
Levantar ou dormir.
Mudar ou não mudar.
Insistir ou desistir.
Continuar ou jogar para o ar.
Ouvir ou ignorar.
Sair ou não sair.
Comer ou não comer.
Se importar ou dar de ombros.
Abstrair ou detalhar.
Bons motivos para escolher qualquer uma delas.
O seu ser é consequência de suas escolhas.
Sou realmente responsável por minhas escolhas?
quinta-feira, janeiro 11, 2007
Tarcísio Gonçalves Pereira
Essa pessoa era o Tarcísio.
Sabe aquela criatura que consegue arrancar risadas mesmo do ouvinte mais rabugento? Aquela que consegue fazer a Palavra ser entendida mesmo por quem não dá a mínima? Era ele. Nem meu pai, contestador de muitas coisas em matéria de religião, resistia ao encanto.
O segredo? Bom-humor.
Mineiro, da cidade de Delfim Moreira, tinha piadas e "causos" pra contar a toda hora. Era profundo conhecedor da Bíblia. E como tal, tinha a segurança de dizer coisas como:
- "A maior desgraça que a vinda de Jesus trouxe para o humanidade foi tirar o direito da gente dizer que a culpa do que dá errado é de Deus. Ah, e como é difícil não ter a quem culpar";
- "Imaginem se José e Maria brigassem: 'Sua irresponsável, não consegue tomar conta do Filho de Deus?' e Maria: 'Ah é, mas pelo menos eu sou mãe de verdade dele.' Olha que coisa, gente! E se Jesus foi criado numa família pacífica, seus filhos também devem ser";
- "Por que Pedro negou Jesus 3 vezes? É mágoa por Jesus ter curado a sogra dele".
Durante todo o ano de 2006, confesso que o vi pouco. Ele também estava mais recolhido, lutando para vencer um câncer devastador. A última vez em que o vi foi no início de dezembro, quando ele apareceu para dizer "Buscai as coisas do alto". Para dizer que o câncer tira tudo de uma pessoa (e ele que "já não tinha muita coisa, ficou sem nada") mas a fé, não: esta nunca lhe será tirada e por isso Jesus aprovou a atitude de Maria, irmã de Lázar e Marta, quando ela preferiu ficar aos seus pés em vez de ir ajudar a irmã nos afazeres domésticos.
Agora, fica a saudade.
E o trabalho maravilhoso dele: a comunidade Bethania, que acolhe dependentes químicos e portadores de HIV. Meu objetivo para este ano é conhecer este lugar, passar um tempo e experimentar este contato com pessoas que precisam de apoio.
Bom...é isto.
Queria ter podido escrever no dia da morte dele, mas estava de cama.
Então escrevo agora.
O Tarcísio é mais conhecido como Pe. Léo, scj.
Para ouvir sua última pregação.
quarta-feira, janeiro 10, 2007
Feliz Ano Novo!
Post atrasado, você vai dizer.
Ué? Mas em 10 dias 2007 já ficou velho? Só passou 2,7% do ano.
Então isso quer dizer que você, cuja expectativa de vida é de 75 anos, se tem mais que 2 já está velho.
Viu como a gente esquece rápido as coisas que deseja e promete?
Quem ouviu "Que neste ano todos os seus desejos se realizem" está trabalhando pra que os sonhos se tornem realidade? Ou será que ainda nem definiu que sonhos concretizar?
Quem disse "Este ano vai ser diferente" já fez algo de diferente, revolucionário, inovador?
Quem ouviu "Que Deus te abençoe e te ilumine neste novo ano" já parou pra ouvi-Lo?
Quem disse "2007 vai ser de paz e prosperidade" está buscando a paz de espírito e a prosperidade de bençãos?
Não?
Calma, não precisa desesperar:
ainda tem 97,3% do ano pra mudar tudo isso.
quinta-feira, janeiro 04, 2007
Nerds e Loucura. Nada a ver.
Ano novo, estamos tentando uma vida nova.
Mas o primeiro post de 2007 fala de uma queixa antiga.
Desabafo de uma ex-cdf que já escutou muita abobrinha por aí
Se eu gostasse de dançar forró, não haveria problema.
Se eu adorasse comentar as novelas da Globo, não haveria problema.
Se eu ignorasse toda a conjuntura político-social-econômica do mundo não haveria problema.
Mas como sou viciada em livros, estudos, aprendizado, aí temos um problema.
O que não falta é gente para te dizer "você vai enlouquecer, conheço não-sei-quem que ficou louco assim", "você não aproveita a vida", "pra quê tanta leitura, não muda nada". Em primeiro lugar, ninguém enloquece por ler. Pode enlouquecer por falta de leitura, tamanha a carga de preconceitos e idéias caducas que vai carregar. Em segundo lugar, o que é "aproveitar a vida"? Sair com amigos, namorar, badalar? A leitura não impede isto. Quem gosta de ler e não faz isto é porque realmente não quer. Em terceiro lugar, se os livros mudarem a minha cabeça, já está de bom tamanho.
...
[Que post agressivo.
Não era esse o tom que eu queria.
Meu objetivo era só falar desse preconceito que a gente sofre de vez em quando.
Mas sem revolta.
Afinal, cada louco com suas manias.
A minha é aprender.
E a tua? ]
Se quiser um texto ainda mais revoltado e radical sobre o tema, leia Pacto pela inteligência